Terapia “não é coisa de maluco” precisamos mudar esse conceito

Terapia “não é coisa de maluco” precisamos mudar esse conceito

Muitas pessoas têm a ideia errada de que o psicólogo trata somente de pacientes com graves distúrbios mentais. Porém, esse preconceito não deve existir, essa não é a realidade. Essa ideia errônea pode atrasar o atendimento de uma pessoa e agravar seu problema.

A procura pelo tratamento pode ocorrer em diversas situações: Quando a pessoa não esta se sentindo bem com a sua vida, ou algum sofrimento não consegue ser superado, ou diante de dificuldades de relacionamentos, quando esbarra em situações que não consegue resolver, não encontra respostas, etc. O auxílio de um psicólogo nesse período será essencial para que essa pessoa supere esse momento que a esta deixando insatisfeita.

O processo terapêutico ajuda a pessoa a se organizar melhor e aprender a lidar com essas situações que lhe parecem difíceis.

E necessário o interesse da pessoa pelo tratamento. A pessoa tem que estar interessada, ter comprometimento e responsabilidade para que exista o resultado esperado.

Para dar inicio ao processo terapêutico basta ligar para a psicóloga e marcar uma entrevista inicial, a qual, colocara para a profissional as questões que te incomodam, podendo nessa ocasião tirar todas as suas dúvidas sobre o atendimento em questão. O primeiro encontro é mais um momento de conhecimento entre as duas partes, e importante que a pessoa sinta empatia, algumas vezes, nos identificamos mais com um terapeuta do que com outro e isso e importante no processo terapêutico. É fundamental nos sentirmos bem com o terapeuta que ira nos atender. É nesse primeiro contato que podemos perceber isso. Não é obrigatório continuar um tratamento se a pessoa não se sente bem com a outra. A pessoa não é obrigada a falar do que não quer, somente o que se sentir bem para falar.

sábado, 29 de março de 2014

A Criança como Reflexo do Ambiente Familiar

A Criança como Reflexo do Ambiente Familiar

A família é a base do desenvolvimento da criança. É a primeira fonte de aprendizagem, é nesse meio que a criança se forma, se percebe como pessoa. A família é responsável pelo estímulo constante, indispensável para o desenvolvimento integral da criança. E ela que vai dar limites tão importantes para que essa criança possa desenvolver uma personalidade saudável para o convívio com a sociedade.
Vamos pensar no limite, como princípios ou normas a serem seguidas, a criança precisa desse limite para uma vida em sociedade, para se sentir segura, para ter autonomia e aprender a lidar bem com seus conflitos e frustrações. O limite é importantíssimo para as crianças, pois, assim será por toda a sua vida, precisamos saber respeitar regras, normas e temos leis a seguir. Falo que limite é sinônimo de amor. Quando a criança sabe qual o papel do outro e de si mesma e os limites de cada um, ela sabe exatamente até onde pode ir e onde deve parar. O modo como a família encara a vida, ira definir em boa parte o comportamento dessa criança. Quando se senti confiante, certamente aprende a se valorizar, porém, se perceber que não apostam em suas atitudes, dificilmente ela apostará também. A imagem que ela vê de si mesma é essencial para o seu desenvolvimento e aprendizagem.
A criança é como uma esponja, absorve tudo o que observa tudo o que vê, tanto os exemplos ruins quanto os bons. Esses hábitos são incorporados, costumo dizer: que a criança veste a camisa que é dada a ela. Atenção com o comportamento que observa na rua de seu filho, pois, isso é o resultado do que foi visto e ouvido dentro de casa. Como a maneira de falar, de chamar atenção, com um tempo ela vai repetindo tudo que vê e ouve. É imprescindível que os pais saibam que seu comportamento, seu exemplo fala muito alto. Se os pais se agridem a todo o momento, qual será o resultado para essa criança?
O que e falado tem que ser seguido, não adianta pedir ao filho para deixar o quarto organizado se os pais não conseguem fazer o mesmo, se o que é dito não é feito. As crianças observam tudo, e por mais que os pais achem que ela não esta vendo ou esta distraída, não é verdade, ela esta com a “anteninha ligada a todo o tempo”. Se a mudança não ocorrer também em relação aos pais sobre o que é cobrado a essa criança, de nada vai adiantar a cobrança, pois, isso passará a ser desprezado por ela. Se meus pais não respeitam porque me cobram? Desobedecendo as regras eles mostram aos responsáveis que tudo isso está muito contraditório.
Os pais se perguntam “o que faço de errado para essa criança ser assim?” Para compreender o comportamento de seus filhos e de extrema importância que os pais parem e reflitam sobre suas ações. A verdade nem sempre é fácil de ser aceita, mas, é necessária. Não existe manual de instrução, é preciso errar para aprender a acertar, e quanto antes reconhecer isso será melhor.
Uma vez recebi uma criança atrasado no consultório, ela chegou e disse: “meu pai avançou todos os sinas de transito para chegar aqui” Como você ensina e diz a essa criança que isso não pode ser feito se você faz? Uma outra, quando estávamos conversando junto aos pais sobre organização, me disse: “mas meu pai não arruma nada, como pode me cobrar?” Se você diz que algo não pode e vai lá e faz, como ela vai deixar de fazer? Não pode gritar, os pais vão lá e gritam. Como fica? Os pais precisam estar atentos a isso, uma vez que, as crianças estão sempre ligadas, não esquecem. Elas sempre estão vendo o que falamos e o que fazemos, para seguir como exemplo. As crianças não nascem respeitando regras ou desrespeitando, elas aprendem isso com a família, na escola. Mas lembre-se, a família é o primeiro contato. Muitas vezes, o desrespeito é um aviso de que algo não anda bem naquele convívio, e infelizmente é a maneira que os pequenos encontram de demostra isso, chamando atenção de maneira negativa, para que os pais olhem para eles. Já que na maior parte do tempo estamos presentes somente para chamar atenção e quando fazem algo de errado. Em que momento estamos próximos, elogiando, parabenizando? Os pais acreditam que o filho só estuda e por isso tem que tirar nota boa, e vem com aquela famosa frase: “não fez mais do que obrigação”, então se você trabalhar e nunca recebe esse elogio do chefe, porque é sua obrigação, como se sentirá? Acho muito interessante, elogiar, parabenizar, os filhos pelas atitudes positivas. Isso contribuirá e muito na relação entre vocês. Pense nisso.
Muitos pais acham que estão sempre perto e que isso significa dar atenção, mas, sabemos que isso não é verdade, estar perto não quer dizer que esta com eles. Sempre incentivo os pais a dedicarem um tempo exclusivo a cada filho, e que a criança saiba que aquele tempo foi dedicado a ela, isso a fará se sentir amada (“meu pai/mãe tem um tempo só pra mim”) Entender que ela tem o olhar e companhia dos pais para ela isenta muitas das atitudes negativas dessa criança, pois, ela não precisará mais fazer tanta coisa para chamar a atenção, pois, terá essa atenção sem precisar disso. Sempre pergunto a elas: Será que não é melhor chamar atenção fazendo algo bom do que algo ruim? Mas, para a criança isso é um processo tão inconsciente, que essa reflexão não é feita durante um longo período de tempo.
Não podemos esquecer que no desenvolvimento normal da criança algumas atitudes de desobediência são normais, o que não pode é ser demais. Como digo: a vida é equilíbrio, tudo que é demais ou de menos não é bom, é preciso um meio termo ai...
É imprescindível estabelecer normas, regras claras para essa criança, dizer o que se espera dela. Os pais precisam chegar a um acordo, ambos devem sentar e definir o que será exigido, não adianta um falar uma coisa e o outro falar outra, porque, a criança ficará muito confusa com tudo isso e nunca saberá o que e a quem seguir, respeitar. Isso é importantíssimo. Falo com os pais, se não se chega a um acordo, a criança só ficará confusa, sem saber se faz o que um diz ou o que outro diz. O que é certo? O que minha mãe fala ou o que o meu pai fala, o que farei? Quem devo seguir? Isso tudo fica muito confuso na cabecinha da criança. E nunca na frente da criança desfazer o que o outro diz, se não concorda, fale depois reservadamente. Se não houver um acordo entre os pais, o comportamento da criança não será positivo. É preciso dizer à criança o que quer que ela faça não dizer apenas o que não quer. Porque sempre nos colocamos de maneira negativa, ao invés de nos colocarmos de maneira positiva? Se coloque de maneira positiva, ao invés de se colocar de maneira negativa. A chance de uma resposta positiva será bem maior.
Alguns pais costumam dizer que esquecem o que prometeram depois de um tempo, seja um castigo, um acordo, uma promessa, então faça apenas o que consegue cumprir, se não de nada adianta. Uma vez ouvi de uma criança: “Meu pai fala depois esquece, promete e não cumpre...” (e balançou o ombro) Isso poderá os colocar em situações onde perdem a credibilidade perante a criança. Quando dão castigos onde dizem que a criança vai ficar um mês sem tal coisa, ou ate o meio do ano sem isso quando estamos logo no inicio do ano... E depois isso não é cumprido, ficará desacreditado. Por isso falo aos pais: fale apenas o que consegui cumprir.
As crianças precisam entender que são responsáveis por suas escolhas, e que toda escolha tem uma consequência. A vida é assim. E como costumo dizer: se não aprendemos em casa, aprenderemos com a vida, que é muito pior e doe muito mais.
Pense como suas atitudes podem estar influenciando seu filho. Uma vez que a atitude dos filhos pode ser uma reação à atitude dos pais ou um reflexo desta.

Heloisa Brandão - CRP 35680/5




sexta-feira, 22 de março de 2013

O esporte no desenvolvimento da criança


O esporte é favorável ao desenvolvimento da criança, acredito que através dele trabalhamos diversas questões importantes para o amadurecimento delas.  

A prática do esporte leva para a vida adulta referências de condutas melhores, para que estas crianças no futuro vivam bem consigo mesmo e com a sociedade de maneira geral.

Os benefícios sobre a personalidade e o desenvolvimento psicológico que o esporte oferece são diversos: superar dificuldades, melhorar problemas de relacionamento, desenvolvimento cognitivo e motor, trabalhar disciplina, espírito de equipe, regras, limites, diminuir o individualismo, superar a timidez, trabalhar a liderança, aprender a lidar com frustrações, melhorar autoestima, concentração, desenvolver o coletivo, entre outros.

O esporte ensina que ganhar é muito bom, mas, que também é importante saber perder, desde que a derrota não se torne um hábito, ensina que diante de dificuldades não devemos desanimar e desistir, e sim aprender a superar.

Professores e responsáveis devem ter cuidado na colocação de regras e limites para que esses sejam realmente respeitados e essa pratica seja favorável, como por exemplo: não cedendo à criança uma vitória só para evitar frustrações, pois, o efeito real destes e exatamente esse aprendizado. Visando no futuro que esta criança seja um adulto capaz de enfrentar seus problemas da melhor forma possível.

O esporte permite aperfeiçoar o desenvolvimento motor da criança e ampliar as suas capacidades físicas, cognitivas, sociais, afetivas e linguísticas. Deste modo, compete aos professores e responsáveis utilizá-lo de forma a contribuir para o desenvolvimento infantil.
 
Heloisa Brandão
CRP 5/35680

domingo, 21 de outubro de 2012

Reflexões para quem ira se submeter à Cirurgia Bariátrica


 
A cirurgia implica em uma mudança radical no estilo de vida, o jeito antes conhecido, após a Cirurgia mudará completamente e é por isso que é de extrema importância o acompanhamento psicológico, para que este indivíduo entenda e elabore todo esse processo, na busca de uma reorganização desta nova vida, em um corpo que será bem diferente, refletindo a respeito de si mesmo e de como a vida será após a Cirurgia. Quando a terapia e feita antes e depois, o individuo tende a passar por esse processo de mudança de uma forma mais tranquila e segura.

Após a Cirurgia, além das questões físicas, vivenciamos também muitas questões psicológicas, como a expectativa, a ansiedade e a insegurança do novo período. No pós-operatório, as mudanças rápidas que acontecem, tanto relacionadas aos hábitos alimentares, quanto às mudanças do próprio corpo, acabam exigindo do paciente uma reflexão, e emergem questões emocionais importantes que precisam ser trabalhadas.

Modificar o jeito de viver não é tarefa das mais fáceis. É necessário uma readaptação a um novo jeito de funcionar, é preciso se desfazer de referenciais antigos e criar novos, as mudanças internas e externas serão bastante significativas em relação a todos os setores da vida, a psique necessitará seguir mudanças do corpo e deverá se reajustar a uma nova realidade. E é nessa fase que a psicologia e de extrema importância, pois, nesse momento ira ajudar o paciente a utilizar das reflexões na busca de novos conhecimentos a respeito da sua personalidade, auxiliando o sujeito a se entender melhor e a aderir de forma mais eficiente ao tratamento, estimulando a sua participação efetiva no processo de emagrecimento. Porque se o estilo de vida não for modificado, apesar do auxílio da Cirurgia, pode ser que não se obtenha o emagrecimento esperado.

E muito importante o paciente  conhecer  e se informar bem sobre o procedimento cirúrgico e quais os riscos e benefícios da cirurgia. Deve se atentar também para as seguintes questões: Primeiramente que o sucesso da Cirurgia depende da forma como o paciente vai lidar com ela, é necessário ter compromisso de novos hábitos alimentares pelo resto da vida, pois, sem a mudança no comportamento alimentar, a cirurgia perde o poder, e a frustração e inevitável. É preciso mudar a maneira de agir e pensar. Segundo, é  que a perda de peso, quando grande e acelerada, provoca uma mudança brusca na estrutura corporal que não é assimilada com a mesma rapidez pelo paciente, é necessário tempo para se adequar a esse novo estilo de vida. E a terceira questão, é que o emagrecimento não implica necessariamente a uma melhor qualidade de vida. Muitos individuos que se submetem ao procedimento cirúrgico se mostram fantasiosos, acreditando que o emagrecimento proporcionará uma realização pessoal. Somente o emagrecimento não levará a tal realização. Outras questões precisam ser trabalhadas interiormente para que as realizações aconteçam. Pense nisso!
Heloisa Brandão
CRP 5/35680

terça-feira, 15 de maio de 2012

A experiência do “luto”

Citando Freud em “Luto e Melancolia” (1917, vol XIV – pg 269-291) podemos dizer que: “O luto, de modo geral, é a reação à perda de um ente querido, à perda de alguma abstração que ocupou o lugar de um ente querido, como o país, a liberdade ou o ideal de alguém, e assim por diante”.

Na fase do luto, a perda de interesse é intensa, o mundo se torna pobre e vazio. Mas, ainda que o luto desenvolva na pessoa grande distanciamento  do que parece uma atitude normal para com a vida, não podemos vê-lo como uma condição patológica, e sim respeitá-lo no seu  tempo, sem  causar interferências, uma vez que, isso poderá se prejudicial a ele. Precisamos apenas observar, se esse luto não se estenderá por um período muito longo de tempo. Pois, a partir daí, é necessário investigar se realmente não existe uma patologia.

Sempre digo que o luto vivido pela perda de alguém que se ama, nos causa a mesma perda de interesse pelo mundo externo como no luto da perda de uma pessoa querida que faleceu, nos colocando em um estado intenso de sofrimento e dor. Ambos os sofrimentos são muito parecidos, surgem neles à mesma dificuldade, como diria Freud (1917, vol XIV – pg 269-291), de “adotar um novo objeto de amor” (o que significaria substituí-lo) e o mesmo afastamento de toda e qualquer atividade que não esteja ligada a pensamentos sobre ele.”.

Qual o trabalho então do luto, para que ele serve, porque sentimos isso? Esse luto nos leva a pensar que precisamos abandonar o objeto amado que se foi. Porém, isso não nos parece tarefa fácil, e não é, abandonar o que se amava de bom grado realmente não estava nos nossos planos, nem mesmo quando sentimos tal necessidade dessa decisão. Entretanto precisamos vivenciar as emoções advindas disso para que possamos elaborar e seguir em frente. Devemos pensar que o luto se estende por um tempo, e que deve ser vivido pouco a pouco. O que acontece é que: cada uma das lembranças vivida por esse obejeto é evocada, elaborada e então vai acontecendo o desligamento a cada uma delas, aos poucos. Precisamos viver esse luto, pois, ele é necessário para que possamos, mais a frente, nos sentir livres para seguir adiante.

Heloisa Brandão

Psicologa

CRP 35680/5

Sempre temos escolhas, podemos nos fazer de vítima diante das situações ou enfrentar a batalha e aprender com ela. Não é fácil, eu sei que n...