Terapia “não é coisa de maluco” precisamos mudar esse conceito

Terapia “não é coisa de maluco” precisamos mudar esse conceito

Muitas pessoas têm a ideia errada de que o psicólogo trata somente de pacientes com graves distúrbios mentais. Porém, esse preconceito não deve existir, essa não é a realidade. Essa ideia errônea pode atrasar o atendimento de uma pessoa e agravar seu problema.

A procura pelo tratamento pode ocorrer em diversas situações: Quando a pessoa não esta se sentindo bem com a sua vida, ou algum sofrimento não consegue ser superado, ou diante de dificuldades de relacionamentos, quando esbarra em situações que não consegue resolver, não encontra respostas, etc. O auxílio de um psicólogo nesse período será essencial para que essa pessoa supere esse momento que a esta deixando insatisfeita.

O processo terapêutico ajuda a pessoa a se organizar melhor e aprender a lidar com essas situações que lhe parecem difíceis.

E necessário o interesse da pessoa pelo tratamento. A pessoa tem que estar interessada, ter comprometimento e responsabilidade para que exista o resultado esperado.

Para dar inicio ao processo terapêutico basta ligar para a psicóloga e marcar uma entrevista inicial, a qual, colocara para a profissional as questões que te incomodam, podendo nessa ocasião tirar todas as suas dúvidas sobre o atendimento em questão. O primeiro encontro é mais um momento de conhecimento entre as duas partes, e importante que a pessoa sinta empatia, algumas vezes, nos identificamos mais com um terapeuta do que com outro e isso e importante no processo terapêutico. É fundamental nos sentirmos bem com o terapeuta que ira nos atender. É nesse primeiro contato que podemos perceber isso. Não é obrigatório continuar um tratamento se a pessoa não se sente bem com a outra. A pessoa não é obrigada a falar do que não quer, somente o que se sentir bem para falar.

segunda-feira, 31 de março de 2014

Depressão


É preciso vencer o preconceito e buscar ajuda. Depressão diferente do que muitas pessoas acham “não é frescura ou falta de vergonha na cara”. A depressão tem uma origem bio-psico-social ou seja biológica, psicológica e social.

Ela é uma das doenças psiquiátricas mais frequentes. Uma em cada quatro mulheres e um em cada dez homens, podem vir a ter crises depressivas durante a vida. Existem graus diferentes de depressão. E as crianças também sofrem de depressão.

A depressão é uma perturbação do humor que não deve ser confundida com a tristeza, que são reações a alguns acontecimentos da vida, mas, que passam com o tempo e não impedem a pessoa de viver normalmente. Cuidado para não confundir uma tristeza profunda, um período de luto com depressão.

Sintomas mais comuns da depressão: falta de energia, perda de interesse nas atividades diárias, perturbações no apetite, no sono, insegurança, medos, irritabilidade, agitação, sentimentos de culpa, inferioridade, alterações na concentração, memória, pessimismo, sintomas físicos, sentimento de vazio, vontade de sumir, morrer.

É importante buscar ajuda de profissionais especializados para se fazer o tratamento. Em alguns casos o tratamento incluem os antidepressivos e as psicoterapias, um paralelo ao outro, em outros, apenas a terapia já se obtém resultados satisfatórios. Não é aconselhável somente a medicação, pois, esta será apenas uma medida paliativa para essa demanda, não trabalhando o principal, o que levou a pessoa a essa problema. Na psicoterapia a pessoa irá entender o que esta acontecendo com ela e trabalhar suas questões.

Ontem em uma entrevista ao Fantástico, Chico Anysio relata para o Congresso Brasileiro de Psiquiatria, que sofria de depressão há algum tempo, e que não teria produzido 20% de seu trabalho se não tivesse recebido ajuda de profissionais da área. 



Entrevista de CHICO ANYSIO ao Fantástico 



Fonte: http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2014/03/em-depoimento-inedito-chico-anysio-conta-como-venceu-depressao.html



Durante muitos anos, Chico Anysio mostrou ter várias faces. Mas uma, ele só revelou pouco antes de morrer.

“Eu tenho um psiquiatra há 24 anos. E se não fossem os remédios que a psiquiatria dá. Se não fosse isso, eu não teria conseguido fazer 20% do que eu fiz”.

Chico Anysio sofria de depressão.

“Eu entendi que era depressão e eu pude pagar os remédios. E eu pude pagar ao psiquiatra, então eu venci. Porque ela é vencível”, conta o humorista.

O presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria foi quem teve a ideia de entrevistar Chico Anysio. Ele queria que as palavras do humorista fossem usadas em um congresso contra o preconceito a doenças mentais.

“A depressão atinge de 20 a 25% da população. E significa que 20 a 25% da população, tem, teve ou terá um quadro de depressão ao longo da vida. Portanto pode atingir a qualquer pessoa, em qualquer idade”, explica Antonio Geraldo da Silva, presidente da ABP.

A Joseane sofreu calada por quase um ano os efeitos da depressão e do preconceito. “A família não entende. Acha que é frescura. Que é falta de vergonha na cara. Que pobre não pode ter depressão”, diz Joseane Gomes, auxiliar de serviços gerais.

“Só que um dia eu fui para o trabalho e lá eu tive a crise que foi muito forte. Eu chorava muito. Eu sentia uma angustia muito grande. Uma coisa muito forte. Que eu não tinha vontade de nada. De fazer nada. Eu só tinha vontade de morrer. Pra mim, se eu morresse acabava os problemas” revela Joseane.

Só então a Joseane foi buscar ajuda. E encontrou em uma unidade especializada em saúde mental, da favela da Rocinha, no Rio de Janeiro. “Os pacientes com depressão que chegam aqui. Tem um perfil de uma clientela mais grave. Os pacientes chegam com depressão e com alguns sintomas a mais. Com ideias suicidas, sintomas psicóticos. Estados avançados de inapetência de não querer comer, de se cuidar. Parar de tomar banho. Auto cuidado já mais deteriorado”, explica Christiane Andreolo, psiquiatra.

Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria, aproximadamente dois terços das pessoas com depressão não fazem tratamento. Entre os pacientes que procuram o médico, apenas 50% são diagnosticados corretamente.

“É a mesma coisa que você falar pra quem usa óculos. Tira o óculos, enxergue, esforce pra enxergar, você vai conseguir. Claro que não vai conseguir. A depressão também você não vai conseguir sair dela”, afirma Antônio Geraldo da Silva, presidente da ABP.

Você se conscientizar que você está com este problema não é fácil. Você acha que os problemas que existem na sua vida que te fazem ficar assim, mas não é, entendeu? Você quando tem depressão, você reage de maneira errada a problemas que todo mundo tem”, explica Paulo Malta Santos, funcionário público.

O Paulo só começou o tratamento depois de muita insistência da família. “As pessoas tendem a confundir com como se fosse um tipo de loucura. Muita gente têm até vergonha de procurar ajuda. Mas não é loucura. É um problema psíquico de fundo emocional que hoje em dia muita gente tem”, diz Paulo.

“O difícil é as pessoas entenderem como é que pessoas aparentemente normais podem sofrer de depressão. Aí, tem um outro tipo de preconceito que achar que depressão inutiliza as pessoas e elas são malucas”, explica a psiquiatra Ana Alice.

Ana Alice é psiquiatra e sobrinha de Chico Anysio. E lembra que o tio tratava a doença com naturalidade. “Meu tio não escondia isso de ninguém. Nunca escondeu. Falou pra família inteira. Conversava comigo. Muito natural”, revela Ana Alice.

“Ontem eu tava conversando com uma paciente minha sobre ‘por que é que eu tenho depressão? Será que foi porque eu não consegui lidar com tal situação. Eu sou frágil por causa disso?’ Depressão é uma doença genética. Hereditária. Mas ninguém fica deprimido porque quer”, explica a sobrinha de Chico Anysio.

Rico sabe sobre o que Ana Alice está dizendo. Ele é primo dela e filho de Chico Anysio. “Eu já deprimi quando minha mãe morreu. Quando ele morreu eu fiquei também deprimido. Não tive que tomar remédio nenhum. Eu faço terapia e não tive que me medicar. Mas certamente eu fiquei deprimido”, conta Rico.

Ao falar abertamente sobre o problema, o filho parece ter entendido o último conselho do pai.

“Quanto mais pessoas me ouvirem falar sobre a depressão, mais pessoas vão deixar de ter vergonha de ser deprimido”, disse Chico Anysio.

sábado, 29 de março de 2014

A Criança como Reflexo do Ambiente Familiar

A Criança como Reflexo do Ambiente Familiar

A família é a base do desenvolvimento da criança. É a primeira fonte de aprendizagem, é nesse meio que a criança se forma, se percebe como pessoa. A família é responsável pelo estímulo constante, indispensável para o desenvolvimento integral da criança. E ela que vai dar limites tão importantes para que essa criança possa desenvolver uma personalidade saudável para o convívio com a sociedade.
Vamos pensar no limite, como princípios ou normas a serem seguidas, a criança precisa desse limite para uma vida em sociedade, para se sentir segura, para ter autonomia e aprender a lidar bem com seus conflitos e frustrações. O limite é importantíssimo para as crianças, pois, assim será por toda a sua vida, precisamos saber respeitar regras, normas e temos leis a seguir. Falo que limite é sinônimo de amor. Quando a criança sabe qual o papel do outro e de si mesma e os limites de cada um, ela sabe exatamente até onde pode ir e onde deve parar. O modo como a família encara a vida, ira definir em boa parte o comportamento dessa criança. Quando se senti confiante, certamente aprende a se valorizar, porém, se perceber que não apostam em suas atitudes, dificilmente ela apostará também. A imagem que ela vê de si mesma é essencial para o seu desenvolvimento e aprendizagem.
A criança é como uma esponja, absorve tudo o que observa tudo o que vê, tanto os exemplos ruins quanto os bons. Esses hábitos são incorporados, costumo dizer: que a criança veste a camisa que é dada a ela. Atenção com o comportamento que observa na rua de seu filho, pois, isso é o resultado do que foi visto e ouvido dentro de casa. Como a maneira de falar, de chamar atenção, com um tempo ela vai repetindo tudo que vê e ouve. É imprescindível que os pais saibam que seu comportamento, seu exemplo fala muito alto. Se os pais se agridem a todo o momento, qual será o resultado para essa criança?
O que e falado tem que ser seguido, não adianta pedir ao filho para deixar o quarto organizado se os pais não conseguem fazer o mesmo, se o que é dito não é feito. As crianças observam tudo, e por mais que os pais achem que ela não esta vendo ou esta distraída, não é verdade, ela esta com a “anteninha ligada a todo o tempo”. Se a mudança não ocorrer também em relação aos pais sobre o que é cobrado a essa criança, de nada vai adiantar a cobrança, pois, isso passará a ser desprezado por ela. Se meus pais não respeitam porque me cobram? Desobedecendo as regras eles mostram aos responsáveis que tudo isso está muito contraditório.
Os pais se perguntam “o que faço de errado para essa criança ser assim?” Para compreender o comportamento de seus filhos e de extrema importância que os pais parem e reflitam sobre suas ações. A verdade nem sempre é fácil de ser aceita, mas, é necessária. Não existe manual de instrução, é preciso errar para aprender a acertar, e quanto antes reconhecer isso será melhor.
Uma vez recebi uma criança atrasado no consultório, ela chegou e disse: “meu pai avançou todos os sinas de transito para chegar aqui” Como você ensina e diz a essa criança que isso não pode ser feito se você faz? Uma outra, quando estávamos conversando junto aos pais sobre organização, me disse: “mas meu pai não arruma nada, como pode me cobrar?” Se você diz que algo não pode e vai lá e faz, como ela vai deixar de fazer? Não pode gritar, os pais vão lá e gritam. Como fica? Os pais precisam estar atentos a isso, uma vez que, as crianças estão sempre ligadas, não esquecem. Elas sempre estão vendo o que falamos e o que fazemos, para seguir como exemplo. As crianças não nascem respeitando regras ou desrespeitando, elas aprendem isso com a família, na escola. Mas lembre-se, a família é o primeiro contato. Muitas vezes, o desrespeito é um aviso de que algo não anda bem naquele convívio, e infelizmente é a maneira que os pequenos encontram de demostra isso, chamando atenção de maneira negativa, para que os pais olhem para eles. Já que na maior parte do tempo estamos presentes somente para chamar atenção e quando fazem algo de errado. Em que momento estamos próximos, elogiando, parabenizando? Os pais acreditam que o filho só estuda e por isso tem que tirar nota boa, e vem com aquela famosa frase: “não fez mais do que obrigação”, então se você trabalhar e nunca recebe esse elogio do chefe, porque é sua obrigação, como se sentirá? Acho muito interessante, elogiar, parabenizar, os filhos pelas atitudes positivas. Isso contribuirá e muito na relação entre vocês. Pense nisso.
Muitos pais acham que estão sempre perto e que isso significa dar atenção, mas, sabemos que isso não é verdade, estar perto não quer dizer que esta com eles. Sempre incentivo os pais a dedicarem um tempo exclusivo a cada filho, e que a criança saiba que aquele tempo foi dedicado a ela, isso a fará se sentir amada (“meu pai/mãe tem um tempo só pra mim”) Entender que ela tem o olhar e companhia dos pais para ela isenta muitas das atitudes negativas dessa criança, pois, ela não precisará mais fazer tanta coisa para chamar a atenção, pois, terá essa atenção sem precisar disso. Sempre pergunto a elas: Será que não é melhor chamar atenção fazendo algo bom do que algo ruim? Mas, para a criança isso é um processo tão inconsciente, que essa reflexão não é feita durante um longo período de tempo.
Não podemos esquecer que no desenvolvimento normal da criança algumas atitudes de desobediência são normais, o que não pode é ser demais. Como digo: a vida é equilíbrio, tudo que é demais ou de menos não é bom, é preciso um meio termo ai...
É imprescindível estabelecer normas, regras claras para essa criança, dizer o que se espera dela. Os pais precisam chegar a um acordo, ambos devem sentar e definir o que será exigido, não adianta um falar uma coisa e o outro falar outra, porque, a criança ficará muito confusa com tudo isso e nunca saberá o que e a quem seguir, respeitar. Isso é importantíssimo. Falo com os pais, se não se chega a um acordo, a criança só ficará confusa, sem saber se faz o que um diz ou o que outro diz. O que é certo? O que minha mãe fala ou o que o meu pai fala, o que farei? Quem devo seguir? Isso tudo fica muito confuso na cabecinha da criança. E nunca na frente da criança desfazer o que o outro diz, se não concorda, fale depois reservadamente. Se não houver um acordo entre os pais, o comportamento da criança não será positivo. É preciso dizer à criança o que quer que ela faça não dizer apenas o que não quer. Porque sempre nos colocamos de maneira negativa, ao invés de nos colocarmos de maneira positiva? Se coloque de maneira positiva, ao invés de se colocar de maneira negativa. A chance de uma resposta positiva será bem maior.
Alguns pais costumam dizer que esquecem o que prometeram depois de um tempo, seja um castigo, um acordo, uma promessa, então faça apenas o que consegue cumprir, se não de nada adianta. Uma vez ouvi de uma criança: “Meu pai fala depois esquece, promete e não cumpre...” (e balançou o ombro) Isso poderá os colocar em situações onde perdem a credibilidade perante a criança. Quando dão castigos onde dizem que a criança vai ficar um mês sem tal coisa, ou ate o meio do ano sem isso quando estamos logo no inicio do ano... E depois isso não é cumprido, ficará desacreditado. Por isso falo aos pais: fale apenas o que consegui cumprir.
As crianças precisam entender que são responsáveis por suas escolhas, e que toda escolha tem uma consequência. A vida é assim. E como costumo dizer: se não aprendemos em casa, aprenderemos com a vida, que é muito pior e doe muito mais.
Pense como suas atitudes podem estar influenciando seu filho. Uma vez que a atitude dos filhos pode ser uma reação à atitude dos pais ou um reflexo desta.

Heloisa Brandão - CRP 35680/5




Sempre temos escolhas, podemos nos fazer de vítima diante das situações ou enfrentar a batalha e aprender com ela. Não é fácil, eu sei que n...