Terapia “não é coisa de maluco” precisamos mudar esse conceito

Terapia “não é coisa de maluco” precisamos mudar esse conceito

Muitas pessoas têm a ideia errada de que o psicólogo trata somente de pacientes com graves distúrbios mentais. Porém, esse preconceito não deve existir, essa não é a realidade. Essa ideia errônea pode atrasar o atendimento de uma pessoa e agravar seu problema.

A procura pelo tratamento pode ocorrer em diversas situações: Quando a pessoa não esta se sentindo bem com a sua vida, ou algum sofrimento não consegue ser superado, ou diante de dificuldades de relacionamentos, quando esbarra em situações que não consegue resolver, não encontra respostas, etc. O auxílio de um psicólogo nesse período será essencial para que essa pessoa supere esse momento que a esta deixando insatisfeita.

O processo terapêutico ajuda a pessoa a se organizar melhor e aprender a lidar com essas situações que lhe parecem difíceis.

E necessário o interesse da pessoa pelo tratamento. A pessoa tem que estar interessada, ter comprometimento e responsabilidade para que exista o resultado esperado.

Para dar inicio ao processo terapêutico basta ligar para a psicóloga e marcar uma entrevista inicial, a qual, colocara para a profissional as questões que te incomodam, podendo nessa ocasião tirar todas as suas dúvidas sobre o atendimento em questão. O primeiro encontro é mais um momento de conhecimento entre as duas partes, e importante que a pessoa sinta empatia, algumas vezes, nos identificamos mais com um terapeuta do que com outro e isso e importante no processo terapêutico. É fundamental nos sentirmos bem com o terapeuta que ira nos atender. É nesse primeiro contato que podemos perceber isso. Não é obrigatório continuar um tratamento se a pessoa não se sente bem com a outra. A pessoa não é obrigada a falar do que não quer, somente o que se sentir bem para falar.

domingo, 29 de maio de 2011

Autoridade ou autoritarismo?

Hoje os pais encontram-se confusos frente à criação dos filhos, muitos chegam aos consultórios perdidos, e muitas vezes, deixam chegar a uma situação mais séria para procurar ajuda de um psicólogo. A maior dificuldade hoje no posicionamento dos pais é quanto à colocação do limite.
O que acaba acontecendo nos dias de hoje, é que esses pais temendo deixar de ser amado pelos filhos, acabam por permitir muita coisa. Sempre digo que muitos pais tentam compensar sua ausência permitindo que os filhos façam tudo quando eles estão por perto, mas isso, ao contrário do que eles pensam, é muito ruim para essa criança.
Os pais ficam inseguros acreditando que podem deixar de ser amados pelos seus filhos, fazendo com que as regras necessárias para um bom desenvolvimento e educação dessa criança não sejam impostas, impedindo-as que amadureçam e cresçam.
Outro dia estava em meu consultório conversando com uma jovem e ela me colocou a seguinte questão: “gostaria que meu pai tivesse chamado minha atenção quando fiz uma coisa errada, mas, ele não falou nada.” O que ela quis dizer com isso? Será que não é dessa maneira que os pais demonstram amor? Será que não é dessa maneira que você diz para seu filho que gosta dele? As crianças cobram isso dos pais de várias maneiras, os pais são testados sempre pelos pequenos, o amor e testado todos os momentos. E eles se perguntam: até onde vai o amor dos meus pais por mim? Se importam comigo?
As crianças precisam ser repreendidas, somente assim aprenderão o que é certo é o que é errado, aprenderão a lidar com as futuras frustrações.
As crianças pedem limite aos pais, e eles precisam dar esse limite. A criança "sem limites" vive constantemente angustiada, pois não encontra nenhuma barreira que a proteja de si mesma e do mundo exterior.
Como sempre falo: “limite é sinônimo de amor. E se a criança não aprende hoje com os pais aprenderá amanhã com a vida, o que lhe causará muito mais dor, muito mais sofrimento.”
Em alguns anos de clinica, ouvi alguns pais reclamarem e crianças falarem: que querem mudar de família, quase que a maioria diz isso. Qual adulto aqui pode falar que nunca pensou isso de seus pais?
Normalmente, vemos mães que gritam, brigam, criticam a todo o momento seus filhos, não precisamos disso não é? Será que os gritos resolvem? Se resolvessem a dinâmica dessa família já haveria mudado não é? Quanto a criticas, será que são mesmo necessárias? E os elogios cadê? Em que momentos eles aparecem? Brigar? Esta dando resultado.
Cadê o equilíbrio? Não devemos ser permissivos demais e nem de menos.
Acredito que a vida seja feita de equilíbrio sempre. E esse equilíbrio deve estar em todos os setores de nossa vida. Seja na educação dos filhos, na relação com o outro etc.
Gosto muito das negociações entre pais e filhos, o que costumo chamar de acordos, nesses acordos ambos estabelecem uma relação de confiança, de respeito. A comunicação em qualquer relação é muito importante. E através dela devem surgir os acordos. Mas lembrem-se pais: sempre que prometer algo, cumpra, pois, se não cumprir você vai perdendo a credibilidade para com seu filho. Mas, o mais importante é que essa comunicação seja entendida, ela não pode ser falha, você precisa saber se o seu filho realmente esta entendendo o que você esta falando.
Muito se confunde autoridade e autoritarismo, então vamos descomplicar um pouco isso. Coloco para os pais que “Autoridade e autoritarismo são coisas muito diferentes” a primeira pode ser percebida como o poder de impor limites indispensáveis para a convivência com o outro, já a segunda sugere um acentuamento desse poder, realizado pela simples imposição de uma idéia sem possibilidade de contraposição, sem justificativa, que não leva a autonomia nem a responsabilidade. O autoritarismo não funciona, não tem nenhuma função educativa. Se a criança modifica alguma coisa é sempre pelo medo e pela coação. A autoridade, serve para estabelecer limites internos, ajuda na autodisciplina e no auto controle. Forma a personalidade da criança. A autoridade constrói-se na relação e no respeito recíproco sempre com muito amor. O autoritarismo constrói-se numa não relação, onde impera a falta de respeito.
É preciso que os pais acreditem que ele é a autoridade e se mantenha firme, com postura para que o resultado seja atingido, porém sem autoritarismo, disciplinar é ensinar, não é castigar. Lembre-se, a criança deve ter respeito pelos pais, isso acontece quando os pais tem autoridade e não medo que acaba por acontecer quando os pais são autoritários.
Portanto, a autoridade é uma prova de amor.

Heloisa Brandão - Psicóloga - CRP 05/35680



sexta-feira, 20 de maio de 2011

A importancia da “mesada” (ou “semanada”) para as crianças.

As crianças não nascem sabendo sobre o valor do dinheiro. É preciso ensiná-las, conversando com a criança é explicando como este é obtido e qual a sua finalidade. Eles sabem que o dinheiro é importante, mas daí a conseguirem distinguir a sua verdadeira importância vai uma grande diferença. É interessante permitir que a criança administre uma determinada quantia (geralmente através de mesada ou semanada, ou dando tarefas como fazer uma pequena compra). O importante é o que este vai representar no seu crescimento do ponto de vista afetivo e social. Não é possível definir uma idade ideal para receber a mesada (ou semanada). A maturidade é adquirida em idades diferentes, porque cada indivíduo é único, vai depender também, o tipo de dinâmica de cada família. A criança tem dificuldade de conceber abstrações. É preciso mostrar a ela exemplos concretos. “Uma vez atendi um pré adolescente que começou a fazer ligações escondida para o celular de uma amiguinha, quando chegou à conta do telefone fixo, sua mãe ficou apavorada e brigou com ele e o colocou de castigo, mas, será que ele compreendeu o que fez o custo dessas ligações? O quanto ele gastou em cada uma delas? Isso não lhe foi mostrado, ele não viu o concreto, só ouvi falar que o valor foi alto, alto quanto? Ele não sabia o que era isso, o que poderia fazer com aquele valor, com aquele dinheiro. Era tudo muito abstrato para ele, precisava ver no concreto. Entenderam? A criança precisa dessa educação financeira para que compreenda melhor tudo isso. Precisa de exemplos práticos, concretos para assimilar melhor. É através da mesada que vão desenvolver e treinar várias questões em sua vida. A mesada ajuda a criança a estabelecer limites, ensinando-a que o dinheiro não chega para tudo e na hora que ela quer. Ensina-lhe a lidar com a frustração. Através dessa experiência ela vai aprendendo que o dinheiro tem fim e não se pode ter tudo o que se quer, na hora que se quer. E necessário que ela aprenda sobre as prioridades, percebendo o que faz falta e o que é mais importante em cada momento. Assim, a criança irá perceber que tem de tomar decisões e fazer escolhas, que não pode ter tudo. É uma forma também de dar autonomia a essa criança. Fazer com que ela se sinta responsável e perceba que o dinheiro não cai do céu, que têm de o ganhar.


Entretanto, o valor não deve ser muito alto, pois o excesso de dinheiro cria adultos com dificuldades de colocar fim aos seus limites. Todavia, não deve ser muito baixo, pois neste caso não há gestão possível nem maneira de ensinar a poupar. Se o seu filho gastar tudo imediatamente, logo no primeiro dia, será preciso uma conversa ensinando-o que quanto mais gastar menos dinheiro terá para comprar as coisas que quer. Porém, cuidado para não ser muito rígido. São só crianças, deve-se explicar que isso está errado, e como irá o prejudicar.


Dada de forma correta, a mesada é sempre positiva. Ela nao deve ser retirada quando os pais estiverem zangados. Pois isso, significa retirar-lhes um direito que eles próprios lhes quiseram conceder e que resulta de um acordo entre todos. É importante a constância e o compromisso de fazer esse pagamento. Se o pai prometeu que vai dar o dinheiro no sábado, tem que dar todo sábado. Não mude, não atrase e não falte. ”Sempre digo aos pais que o que é prometido deve ser cumprido”, isso é muito importante.


É importante que a criança saiba que não é necessário ser muito rico para ser feliz.

Heloisa Brandão, Psicóloga, CRP 05-35680

domingo, 8 de maio de 2011

Masturbação faz parte do desenvolvimento da sexualidade da criança

http://www.educarecuidar.com/2010/11/masturbacao-faz-parte-do.html

Resolvi escrever sobre esse tema e descobri este artigo, claro, direto e de fácil entendimento, que compartilho com vocês:

“A sexualidade infantil é um tema muito difícil para pais, avós, professores e outras pessoas diretamente envolvidas na educação das crianças. A sexualidade, na verdade, ainda é misteriosa e difícil de ser vivida de maneira saudável por muitos adultos, homens e mulheres criados com referências em tabus que se arrastam por séculos...”

(Trecho da entrevista no qual Ana Cláudia Bortolozzi fala da sexualidade de todas as crianças, com e sem deficiência).

"... O bebê já nasce com sexualidade, mas os comportamentos sexuais começam a aparecer por volta dos dois anos, quando a criança começa a descobrir o próprio corpo.
Geralmente, é nessa época que a criança também passa a ser ensinada a usar o banheiro e entra no processo de controle dos esfíncteres. Livre das fraldas, ela tem mais acesso ao seu próprio corpo e pode tocar mais a genitália.
É assim que tem início a masturbação infantil, a criança se toca, percebe que é gostoso e faz de novo, de novo, de novo... Segundo ela, o auge da masturbação infantil acontece por volta dos cinco anos.
A psicóloga explica como um detalhe aparentemente pequeno pode fazer a diferença na educação sexual das crianças. Em vez do automático “tira a mão daí”, os pais devem falar “agora ou aqui não é lugar de colocar a mão aí.” Pode parecer a mesma coisa, mas não é.
O importante é mostrar para a criança que a vontade de sentir aquilo gostosinho é natural, mas não é para fazer o tempo todo nem na frente de todo mundo. As crianças só precisam ser orientadas para viver a sexualidade socialmente. Um processo que vai se desenvolvendo junto com ela até a puberdade e a adolescência.
Na entrevista, a naturalidade com que devemos encarar a sexualidade infantil fica clara na própria maneira de falar de Ana Cláudia Bortolozzi.”

(Ana Cláudia Bortolozzi Maia é doutora em psicologia, professora da Unesp em Bauru, autora do livro “Sexualidade e Deficiência”, da Editora Unesp)

http://www.educarecuidar.com/2010/11/masturbacao-faz-parte-do.html

Preciso ressaltar que, o adulto deve ter cuidado para não colocar a conotação de proibido, sujo, pois, nesse momento cria-se um conflito. A partir daí é que nasce a culpa. No futuro isso pode levar a compreensão equivocada sobre sexo e masturbação, que pode ser a origem de muitas das disfunções sexuais.

Sempre temos escolhas, podemos nos fazer de vítima diante das situações ou enfrentar a batalha e aprender com ela. Não é fácil, eu sei que n...