Terapia “não é coisa de maluco” precisamos mudar esse conceito

Terapia “não é coisa de maluco” precisamos mudar esse conceito

Muitas pessoas têm a ideia errada de que o psicólogo trata somente de pacientes com graves distúrbios mentais. Porém, esse preconceito não deve existir, essa não é a realidade. Essa ideia errônea pode atrasar o atendimento de uma pessoa e agravar seu problema.

A procura pelo tratamento pode ocorrer em diversas situações: Quando a pessoa não esta se sentindo bem com a sua vida, ou algum sofrimento não consegue ser superado, ou diante de dificuldades de relacionamentos, quando esbarra em situações que não consegue resolver, não encontra respostas, etc. O auxílio de um psicólogo nesse período será essencial para que essa pessoa supere esse momento que a esta deixando insatisfeita.

O processo terapêutico ajuda a pessoa a se organizar melhor e aprender a lidar com essas situações que lhe parecem difíceis.

E necessário o interesse da pessoa pelo tratamento. A pessoa tem que estar interessada, ter comprometimento e responsabilidade para que exista o resultado esperado.

Para dar inicio ao processo terapêutico basta ligar para a psicóloga e marcar uma entrevista inicial, a qual, colocara para a profissional as questões que te incomodam, podendo nessa ocasião tirar todas as suas dúvidas sobre o atendimento em questão. O primeiro encontro é mais um momento de conhecimento entre as duas partes, e importante que a pessoa sinta empatia, algumas vezes, nos identificamos mais com um terapeuta do que com outro e isso e importante no processo terapêutico. É fundamental nos sentirmos bem com o terapeuta que ira nos atender. É nesse primeiro contato que podemos perceber isso. Não é obrigatório continuar um tratamento se a pessoa não se sente bem com a outra. A pessoa não é obrigada a falar do que não quer, somente o que se sentir bem para falar.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

"Por que temos medo de nos relacionar?"

Vivemos uma busca constante por completude, por compartilhar, ser entendido, ouvido, compreendido, amado. Mas, será que para se relacionar não é preciso vencer o medo? Não é preciso viver? Que medo é esse que nos paralisa? Será que temos medo de quem somos? Do que vão pensar de nos? Medo de não agradar, de não ser amado, de se machucar, da rejeição, de não ser correspondido, de não ser aceito... Será que não é preciso nos conhecermos melhor? Aprender a lidar com nossas frustrações? Elas fazem parte de nossa vida. Sempre falo com os pais das crianças que atendo que é importante que elas aprendam desde pequena a lidar com a frustração para que amanhã não fujão das situações com medo delas. Será que é melhor fugir do que enfrentar?

Porque algumas pessoas jamais assumem relações sérias? E vivem na busca de prazeres imediatos? Será que tudo isso não camufla medos e conflitos internos mal resolvidos? Será que o preço que elas pagam não é o de sempre fazer as escolhas afetivas erradas e acabam por viver relacionamentos superficiais e insatisfatórios? É quando mais uma vez eu digo que precisamos nos conhecer melhor e definir o que queremos e para onde queremos ir. Nossas escolhas partirão desse conhecimento.

Uma relação afetiva saudável pressupõe descobrir, sentir, escutar e perceber o mundo interior do outro. É necessário ter coragem, se permitir, arriscar-se, pagar pra ver. Doar e receber. Compartilhar bons momentos, alegrias e tristezas também.

Costumo dizer que crescemos acreditando em Príncipe Encantado e Cinderela, e vivemos a eterna busca por eles, que é o que aprendemos em nossa infância. Porém, precisamos dar lugar aos seres humanos, aqueles que não são perfeitos, que tem inúmeros defeitos e muitas qualidades. Além do mais, perfeição não existe não é? O que é bom e bonito para você, pode não ser para o outro, cada um gosta e deseja coisas diferentes. Na verdade criamos imagens idealizadas e perfeitas a respeito do outro, queremos e acreditamos que vamos encontrar isso, mas, será que a vida é perfeita? Que as pessoas são perfeitas, que só temos qualidades? Para amar e ser amado precisamos aprender a aceitar que o outro tem defeitos e nós também. Precisamos aceitar essas diferenças. Aquele que sabe lidar com as suas imperfeições, do mesmo modo, lida muito bem com as imperfeições do outro.

Todos nós temos medos, a fuga acaba sendo inevitável, muitas vezes nos sabotamos, mas, será que não é importante viver isso? Essa relação? Como saberemos se pode dar certo, se fugimos dela?

Envolver-se com alguma pessoa implica em correr riscos, o encontro com alguém é misterioso e é só dentro dele que desvendaremos as singularidades do outro e até aonde podemos ir.

E as emoções que podem vir desse encontro? Não valem?

Amar não significa sofrer.

Aprenda a se respeitar e se aceitar e será mais fácil entender e aceitar o outro.



Heloisa Brandão - Psicóloga - CRP 05/35680



domingo, 29 de maio de 2011

Autoridade ou autoritarismo?

Hoje os pais encontram-se confusos frente à criação dos filhos, muitos chegam aos consultórios perdidos, e muitas vezes, deixam chegar a uma situação mais séria para procurar ajuda de um psicólogo. A maior dificuldade hoje no posicionamento dos pais é quanto à colocação do limite.
O que acaba acontecendo nos dias de hoje, é que esses pais temendo deixar de ser amado pelos filhos, acabam por permitir muita coisa. Sempre digo que muitos pais tentam compensar sua ausência permitindo que os filhos façam tudo quando eles estão por perto, mas isso, ao contrário do que eles pensam, é muito ruim para essa criança.
Os pais ficam inseguros acreditando que podem deixar de ser amados pelos seus filhos, fazendo com que as regras necessárias para um bom desenvolvimento e educação dessa criança não sejam impostas, impedindo-as que amadureçam e cresçam.
Outro dia estava em meu consultório conversando com uma jovem e ela me colocou a seguinte questão: “gostaria que meu pai tivesse chamado minha atenção quando fiz uma coisa errada, mas, ele não falou nada.” O que ela quis dizer com isso? Será que não é dessa maneira que os pais demonstram amor? Será que não é dessa maneira que você diz para seu filho que gosta dele? As crianças cobram isso dos pais de várias maneiras, os pais são testados sempre pelos pequenos, o amor e testado todos os momentos. E eles se perguntam: até onde vai o amor dos meus pais por mim? Se importam comigo?
As crianças precisam ser repreendidas, somente assim aprenderão o que é certo é o que é errado, aprenderão a lidar com as futuras frustrações.
As crianças pedem limite aos pais, e eles precisam dar esse limite. A criança "sem limites" vive constantemente angustiada, pois não encontra nenhuma barreira que a proteja de si mesma e do mundo exterior.
Como sempre falo: “limite é sinônimo de amor. E se a criança não aprende hoje com os pais aprenderá amanhã com a vida, o que lhe causará muito mais dor, muito mais sofrimento.”
Em alguns anos de clinica, ouvi alguns pais reclamarem e crianças falarem: que querem mudar de família, quase que a maioria diz isso. Qual adulto aqui pode falar que nunca pensou isso de seus pais?
Normalmente, vemos mães que gritam, brigam, criticam a todo o momento seus filhos, não precisamos disso não é? Será que os gritos resolvem? Se resolvessem a dinâmica dessa família já haveria mudado não é? Quanto a criticas, será que são mesmo necessárias? E os elogios cadê? Em que momentos eles aparecem? Brigar? Esta dando resultado.
Cadê o equilíbrio? Não devemos ser permissivos demais e nem de menos.
Acredito que a vida seja feita de equilíbrio sempre. E esse equilíbrio deve estar em todos os setores de nossa vida. Seja na educação dos filhos, na relação com o outro etc.
Gosto muito das negociações entre pais e filhos, o que costumo chamar de acordos, nesses acordos ambos estabelecem uma relação de confiança, de respeito. A comunicação em qualquer relação é muito importante. E através dela devem surgir os acordos. Mas lembrem-se pais: sempre que prometer algo, cumpra, pois, se não cumprir você vai perdendo a credibilidade para com seu filho. Mas, o mais importante é que essa comunicação seja entendida, ela não pode ser falha, você precisa saber se o seu filho realmente esta entendendo o que você esta falando.
Muito se confunde autoridade e autoritarismo, então vamos descomplicar um pouco isso. Coloco para os pais que “Autoridade e autoritarismo são coisas muito diferentes” a primeira pode ser percebida como o poder de impor limites indispensáveis para a convivência com o outro, já a segunda sugere um acentuamento desse poder, realizado pela simples imposição de uma idéia sem possibilidade de contraposição, sem justificativa, que não leva a autonomia nem a responsabilidade. O autoritarismo não funciona, não tem nenhuma função educativa. Se a criança modifica alguma coisa é sempre pelo medo e pela coação. A autoridade, serve para estabelecer limites internos, ajuda na autodisciplina e no auto controle. Forma a personalidade da criança. A autoridade constrói-se na relação e no respeito recíproco sempre com muito amor. O autoritarismo constrói-se numa não relação, onde impera a falta de respeito.
É preciso que os pais acreditem que ele é a autoridade e se mantenha firme, com postura para que o resultado seja atingido, porém sem autoritarismo, disciplinar é ensinar, não é castigar. Lembre-se, a criança deve ter respeito pelos pais, isso acontece quando os pais tem autoridade e não medo que acaba por acontecer quando os pais são autoritários.
Portanto, a autoridade é uma prova de amor.

Heloisa Brandão - Psicóloga - CRP 05/35680



sexta-feira, 20 de maio de 2011

A importancia da “mesada” (ou “semanada”) para as crianças.

As crianças não nascem sabendo sobre o valor do dinheiro. É preciso ensiná-las, conversando com a criança é explicando como este é obtido e qual a sua finalidade. Eles sabem que o dinheiro é importante, mas daí a conseguirem distinguir a sua verdadeira importância vai uma grande diferença. É interessante permitir que a criança administre uma determinada quantia (geralmente através de mesada ou semanada, ou dando tarefas como fazer uma pequena compra). O importante é o que este vai representar no seu crescimento do ponto de vista afetivo e social. Não é possível definir uma idade ideal para receber a mesada (ou semanada). A maturidade é adquirida em idades diferentes, porque cada indivíduo é único, vai depender também, o tipo de dinâmica de cada família. A criança tem dificuldade de conceber abstrações. É preciso mostrar a ela exemplos concretos. “Uma vez atendi um pré adolescente que começou a fazer ligações escondida para o celular de uma amiguinha, quando chegou à conta do telefone fixo, sua mãe ficou apavorada e brigou com ele e o colocou de castigo, mas, será que ele compreendeu o que fez o custo dessas ligações? O quanto ele gastou em cada uma delas? Isso não lhe foi mostrado, ele não viu o concreto, só ouvi falar que o valor foi alto, alto quanto? Ele não sabia o que era isso, o que poderia fazer com aquele valor, com aquele dinheiro. Era tudo muito abstrato para ele, precisava ver no concreto. Entenderam? A criança precisa dessa educação financeira para que compreenda melhor tudo isso. Precisa de exemplos práticos, concretos para assimilar melhor. É através da mesada que vão desenvolver e treinar várias questões em sua vida. A mesada ajuda a criança a estabelecer limites, ensinando-a que o dinheiro não chega para tudo e na hora que ela quer. Ensina-lhe a lidar com a frustração. Através dessa experiência ela vai aprendendo que o dinheiro tem fim e não se pode ter tudo o que se quer, na hora que se quer. E necessário que ela aprenda sobre as prioridades, percebendo o que faz falta e o que é mais importante em cada momento. Assim, a criança irá perceber que tem de tomar decisões e fazer escolhas, que não pode ter tudo. É uma forma também de dar autonomia a essa criança. Fazer com que ela se sinta responsável e perceba que o dinheiro não cai do céu, que têm de o ganhar.


Entretanto, o valor não deve ser muito alto, pois o excesso de dinheiro cria adultos com dificuldades de colocar fim aos seus limites. Todavia, não deve ser muito baixo, pois neste caso não há gestão possível nem maneira de ensinar a poupar. Se o seu filho gastar tudo imediatamente, logo no primeiro dia, será preciso uma conversa ensinando-o que quanto mais gastar menos dinheiro terá para comprar as coisas que quer. Porém, cuidado para não ser muito rígido. São só crianças, deve-se explicar que isso está errado, e como irá o prejudicar.


Dada de forma correta, a mesada é sempre positiva. Ela nao deve ser retirada quando os pais estiverem zangados. Pois isso, significa retirar-lhes um direito que eles próprios lhes quiseram conceder e que resulta de um acordo entre todos. É importante a constância e o compromisso de fazer esse pagamento. Se o pai prometeu que vai dar o dinheiro no sábado, tem que dar todo sábado. Não mude, não atrase e não falte. ”Sempre digo aos pais que o que é prometido deve ser cumprido”, isso é muito importante.


É importante que a criança saiba que não é necessário ser muito rico para ser feliz.

Heloisa Brandão, Psicóloga, CRP 05-35680

domingo, 8 de maio de 2011

Masturbação faz parte do desenvolvimento da sexualidade da criança

http://www.educarecuidar.com/2010/11/masturbacao-faz-parte-do.html

Resolvi escrever sobre esse tema e descobri este artigo, claro, direto e de fácil entendimento, que compartilho com vocês:

“A sexualidade infantil é um tema muito difícil para pais, avós, professores e outras pessoas diretamente envolvidas na educação das crianças. A sexualidade, na verdade, ainda é misteriosa e difícil de ser vivida de maneira saudável por muitos adultos, homens e mulheres criados com referências em tabus que se arrastam por séculos...”

(Trecho da entrevista no qual Ana Cláudia Bortolozzi fala da sexualidade de todas as crianças, com e sem deficiência).

"... O bebê já nasce com sexualidade, mas os comportamentos sexuais começam a aparecer por volta dos dois anos, quando a criança começa a descobrir o próprio corpo.
Geralmente, é nessa época que a criança também passa a ser ensinada a usar o banheiro e entra no processo de controle dos esfíncteres. Livre das fraldas, ela tem mais acesso ao seu próprio corpo e pode tocar mais a genitália.
É assim que tem início a masturbação infantil, a criança se toca, percebe que é gostoso e faz de novo, de novo, de novo... Segundo ela, o auge da masturbação infantil acontece por volta dos cinco anos.
A psicóloga explica como um detalhe aparentemente pequeno pode fazer a diferença na educação sexual das crianças. Em vez do automático “tira a mão daí”, os pais devem falar “agora ou aqui não é lugar de colocar a mão aí.” Pode parecer a mesma coisa, mas não é.
O importante é mostrar para a criança que a vontade de sentir aquilo gostosinho é natural, mas não é para fazer o tempo todo nem na frente de todo mundo. As crianças só precisam ser orientadas para viver a sexualidade socialmente. Um processo que vai se desenvolvendo junto com ela até a puberdade e a adolescência.
Na entrevista, a naturalidade com que devemos encarar a sexualidade infantil fica clara na própria maneira de falar de Ana Cláudia Bortolozzi.”

(Ana Cláudia Bortolozzi Maia é doutora em psicologia, professora da Unesp em Bauru, autora do livro “Sexualidade e Deficiência”, da Editora Unesp)

http://www.educarecuidar.com/2010/11/masturbacao-faz-parte-do.html

Preciso ressaltar que, o adulto deve ter cuidado para não colocar a conotação de proibido, sujo, pois, nesse momento cria-se um conflito. A partir daí é que nasce a culpa. No futuro isso pode levar a compreensão equivocada sobre sexo e masturbação, que pode ser a origem de muitas das disfunções sexuais.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Saiba qual a melhor hora para contar que Coelhinho da Páscoa e Papai Noel não existem

Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL915442-5598,00.html

Pais devem observar desconfiança e amadurecimento dos filhos. Fantasia contribui para desenvolvimento de crianças, diz especialista.
 
O Papai Noel é, segundo especialistas, fundamental para o desenvolvimento do raciocínio e da inteligência da criança. Mas qual será a hora ideal de contar que, na verdade, ele não existe?
Segundo a psicóloga e psicanalista Vera Zimmermann, coordenadora do Centro de Referência da Infância e da Adolescência (Cria), da Universidade Federal de São Paulo, a fantasia deve ser revelada conforme o amadurecimento da criança. “É importante que os pais observem o comportamento dos filhos. Em um determinado momento a criança passa a compreender melhor a realidade e desconfia que a história não é verdadeira. Esse é o momento certo de começar a contar”, diz ao G1.Vera explica que a fantasia contribui para o desenvolvimento da criança à medida que a prepara para enfrentar a realidade aos poucos. “Sonhar auxilia a criança na hora de organizar o que é simbólico e ela aprende a planejar a partir desse mundo mágico. A fantasia do Papai Noel ajuda a ensinar os valores do Natal, e isso é muito importante”, afirma a especialista.
Não existe uma idade certa para notar o amadurecimento da criança e a hora de revelar a inexistência do Papai Noel, mas Vera acredita que com 6 ou 7 anos a criança já começa a desconfiar. A psicóloga ressalta, no entanto, que isso depende diretamente da história familiar e da personalidade de cada criança.
Como contar
O jeito mais correto de contar, de acordo com Vera, é não destruir de uma vez toda a fantasia do Natal, mas aproveitar o momento para ensinar à criança a mensagem de amor característica da época. “A resposta dos pais deve estar relacionada às perguntas feitas pelos filhos, mas vale colocar, por exemplo, que o Papai Noel, mesmo não existindo, é um velhinho bondoso que pode estar dentro de cada um de nós, que temos vontade de presentear quem gostamos”, diz.
Não há como impedir que a criança se decepcione com a notícia, mas a psicóloga afirma que esse processo também faz parte do amadurecimento. “É importante incluir a criança na preparação do Natal, na decoração, no preparo dos pratos, e isso também trabalha o simbólico para que a família curta esse momento, que é sempre um pouco mágico”, afirma Vera.
Fantasia também para adultos
Sonhar acordado, planejar e fantasiar em algumas situações, sem exageros, também é importante para os adultos, segundo Vera Zimmermann. “O ato de fantasiar tem que ser mantido pelo adulto porque ele ajuda o ser humano a enfrentar a realidade”, diz.
No caso das crianças, a especialista lembra que os pais não devem sempre preservá-las da realidade. ”Ela pode participar de fantasias, assim como pode participar gradativamente da realidade. Quando as crianças esperam receber um presente, por exemplo, elas constroem cenas em que usam esse brinquedo e isso desenvolve o emocional e a inteligência. Tirar esse tempo de fantasia impede que ela desenvolva essas habilidades”, afirma.


FONTE: http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL915442-5598,00.html





domingo, 20 de março de 2011

Porque é que temos dificuldade em dizer “não”?

Quem não sabe dizer “não”, vive de acordo com as prioridades dos outros, perdendo, deste modo, qualidade de vida. Nunca dizer “não” pode prejudicar a nossa vida pessoal e profissional de mais maneiras do que podemos imaginar. Além de fazer mal aos relacionamentos, a incapacidade de dizer "não" pode manifestar-se no físico, através de doenças como gastrites, resfriados recorrentes, stress, etc. São várias as consequências de não conseguir dizer "não". A pessoa se sente sobrecarregada física e emocional ao fazer tudo pelos outros, sente-se ansiosa, acaba por fugir de situações, sente raiva de si mesmo e dos outros, além de provocar problemas sérios nos relacionamento.


Dizer "não" está ligado a impor limites, respeito, e quando isso não é imposto às pessoas passam por cima mesmo (mas só porque você permite): marido, filhos, amigos, empregados, parentes e até desconhecidos. Sempre digo: “Ninguém faz nada com a gente que não permitimos”. Precisamos aprender a impor limites.


São diversos os fatores emocionais, conscientes e inconscientes por trás desse tema; sentimentos de culpa, pena, necessidade de agradar, pontos negativos na autoestima e vivências da infância estão sempre ligados a essa questão. Para muitos o “não” esta associado a fazer o outro sofrer, a ser cruel, conscientemente o levando a sofrimentos passados. A criança que não é reconhecida, elogiada, que não se sente amada, fica numa busca incessante por reconhecimento. Faz tudo para agradar o outro em uma busca constante, não obtendo, se sente rejeitada, o que gera nova necessidade de agradar para ganhar atenção e carinho. Quem recebeu, desde cedo, a mensagem de que deve agradar e submeter-se às vontades dos outros para ser aceito, tende a aplicar isso em todos os relacionamentos que estabelece. E isso provoca sérios problemas de autoestima. De forma inconsciente esse comportamento vai sendo consolidando e a pessoa o carrega pela vida adulta a fora. Assim, ela desenvolveu uma necessidade incessante de querer agradar a todos o tempo inteiro para ser aceita e amada.


No trabalho, os profissionais que têm dificuldade de dizer não, dificilmente são promovidos porque ficam sobrecarregados de tarefas e raramente conseguem realizá-las por completo. E preciso aprender quais são as prioridades e respeitá-las e não largar o seu trabalho para ajudar os outros. Há aqueles que conseguem dizer não quando se trata de assunto corriqueiro, mas quando têm que tomar uma decisão que afete pessoas próximas, sentem muito medo de não serem aprovados. É importante lembrar que as pessoas afetadas pela decisão podem ficar magoadas ou ressentidas naquele momento, mas, muitos deles a compreenderão mais tarde. Por outro lado, uma decisão que afete pessoas provocará fatalmente insatisfações em alguns e satisfações em outros. Será que é possível agradar a todos?

Você pode adoecer por ter dificuldade de dizer não. Quando dizemos um "sim" contra a nossa vontade e para não frustrar o outro, acabamos frustrando a nós mesmos e acumulando sentimentos ruins. "Muitas vezes a doença acaba por ser a saída, um substituto para o NÃO que devia ter sido dito por nós. Para podermos aprender como dizer “não”, precisamos compreender primeiro porque é que temos essa dificuldade. A terapia pode nos ajudar nisso. Para aprender a dizer "não", é necessário conhecer os próprios limites e saber o quanto pode negociar e ceder. "Saber o que significa dizer e ouvir "não" e como se sente em relação a essas situações é o primeiro passo para possibilitar alguma mudança”. A dificuldade de dizer “não” pode estar relacionada por crenças adquiridas no passado. Trazendo essas crença para o consciente é possível reformulá-las. É importante a orientação de um psicólogo para que, aos poucos, o paciente consiga soltar-se e aprender a respeitar a si e ao seu espaço pessoal. Muitas vezes, dizer "não" aos outros é dizer "sim" a si mesmo.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

A Comunicação no relacionamento

Entre os casais a comunicação é fundamental para o sucesso da relação

Em uma relação, a comunicação entre parceiros é intensa e complexa. Ela acontece através de mensagens que são passadas de um para o outro, na maioria das vezes, de maneira dúbia, não transmitida de forma clara e objetiva, prejudicando assim, seu entendimento; um parceiro imagina estar passando uma mensagem quando na verdade não esta se fazendo compreender, causando efeitos negativos e desgastando essa relação.

Precisamos nos atentar para essas questões, que podem trazer consequências sérias para a relação em si e para cada um dos parceiros. Aqueles que se relacionam são responsáveis pela qualidade da convivência dessa relação, pelo seu bem estar. Se a comunicação é falha e os entendimentos não existem, essa relação corre grandes riscos de fracassar.

É importante observar a maneira que esta se comunicando com seu parceiro e mudar o que não esta funcionando, para que não haja um desgaste maior nessa relação; verifique de que maneira a comunicação esta ocorrendo, o que é falado e como é falado, buscando sempre ser sincero com você e com o outro, é importante revelar nosso ponto de vista, o que gostamos o que não gostamos, a sinceridade é fundamental para o amadurecimento da relação, para os altos e baixos dessa união, porque se isso não acontece o dia a dia ficará cada vez mais chato e um cada vez mais longe do outro, o casal acaba se distanciando.

É fundamental conversar, “discutir” os conflitos, a relação, colocando sempre o que cada um pensa das situações, e o que acredita que deva ser feito por ela, com respeito, responsabilidade e atenção, ouvindo e se colocando de maneira tranquila e aberta. Isso tudo vai amadurecendo a relação e o casal vai se conhecendo cada vez mais.

Muitas vezes, as brigas acontecem sem motivo aparente, ou por questões que se paramos para pensar são sem importância ou infantis; é preciso que haja um controle para não ficar jogando sempre a culpa no outro, pois, criticar é muito fácil, mas, como fica elogiar? Não é possível? Quantos fazem isso com seu parceiro? Guardamos insatisfações e transferimos na hora da briga, porque precisamos chegar a esse ponto? O que hoje é pequeno acaba no futuro virando algo enorme quando não é resolvido no momento oportuno.

O principal é pensar que somos diferentes, cada um tem seus valores, um “ponto de vista”, pensamentos diferentes, de acordo com a criação familiar e vivências do passado, e que se isso não é colocado para o outro, ele nunca vai saber; fica difícil de entender, compreender e acabamos prejudicando a relação por acreditar que o outro “advinha” o que estamos querendo e pensando. Cada um tem um conceito pré-estabelecido de uma relação e isso precisa ser conversado para que ambos entendam o que o outro pensa e possam em comum acordo decidirem o que e melhor para essa relação.

Na maioria das vezes, essas trocas são subjetivas e inconscientes e se passam sem controle. Se houver uma reflexão e não se chegar a nenhum consenso, é preciso procurar um profissional para que o oriente nesse processo.


Heloisa Brandão, Psicóloga, CRP 05-35680

  A prática do exercício físico aumenta a produção de endorfina, dopamina e serotonina, os quais por sua vez, podem ajudar no tratamento da ...