A ausência de limites pode originar na criança a sensação de abandono, pela falta de orientação e autoridade dos pais sobre o que pode ou não fazer e a fantasia de que pode ter ou fazer o que quiser. É fundamental a compreensão de limites apresentada pelos pais, para que se sintam seguras, sem eles as crianças sentem-se perdidas, sem saber como devem comportar-se em sociedade. As crianças experimentam a todo momento até onde podem chegar e até onde os pais a deixam ir.
A importância do "não" e do estabelecimento de limites é fator organizador na formação da personalidade da criança, ao ouvir um “não” esta pode reagir chorando, gritando, berrando, brigando, fazendo com que o responsável sinta-se culpado e injusto. Entretanto, é muito importante que o responsável esteja preparado para essas reações, não esquecendo que tal atitude será para o bem delas. Colocar limites exige paciência e compreensão do que se passa com a criança. Colocar limites não significa ser autoritário, mas sim ter autoridade. A colocação do “não” vai ajudar a criança a aprender que ela também pode usa-lo, que o não pode ser dito por ela, aprendendo assim, que ela também tem seus limites e que eles não devem ser ultrapassados, vai aprendendo a respeitá-los, aprendendo a respeitar o seu tempo. Hoje, vemos muitas pessoas com dificuldade de dizer um “não”, “Eu não sei falar não”. Esse é mais um exemplo da importância de se trabalhar essa questão.
A criança precisa aprender alguns conceitos fundamentais que servirão para o resto de sua vida; assim como: cuidar de si próprio, noção de perigo, aprender a compartilhar, a ser tolerante, que não se tem tudo que se quer, que devemos aprender a respeitar o tempo, o que é e o que não é permitido, entre outros.
Os limites devem ser entendidos pela criança, devemos explicar os motivos pelo qual elas precisam obedecer, assim sendo, se sentirão mais entusiasmada para isso. É importante que os pais conversem com os filhos e esclareçam quais as finalidades dos limites. As regras precisam ser claras, objetivas, práticas, coerentes e apresentadas com firmeza e segurança pelo adulto. Este deve repetir quantas vezes for necessário à importância destas para que a criança assimile. A criança deve entender que o limite existe para mostrar a ela que tal atitude não lhe sera benefica e não lhe fará feliz.
Quando não se encontra o limite na família, o jovem acaba por procurar esse limite em outros lugares, podendo acontecer de tornarem-se delinqüentes; onde a lei se incumbirá de dar um limite as dificuldades de convivência deste jovem.
“Limite não é punição, mas sim um gesto de amor”
Heloisa Brandão, Psicóloga, CRP 05-35680