Terapia “não é coisa de maluco” precisamos mudar esse conceito

Terapia “não é coisa de maluco” precisamos mudar esse conceito

Muitas pessoas têm a ideia errada de que o psicólogo trata somente de pacientes com graves distúrbios mentais. Porém, esse preconceito não deve existir, essa não é a realidade. Essa ideia errônea pode atrasar o atendimento de uma pessoa e agravar seu problema.

A procura pelo tratamento pode ocorrer em diversas situações: Quando a pessoa não esta se sentindo bem com a sua vida, ou algum sofrimento não consegue ser superado, ou diante de dificuldades de relacionamentos, quando esbarra em situações que não consegue resolver, não encontra respostas, etc. O auxílio de um psicólogo nesse período será essencial para que essa pessoa supere esse momento que a esta deixando insatisfeita.

O processo terapêutico ajuda a pessoa a se organizar melhor e aprender a lidar com essas situações que lhe parecem difíceis.

E necessário o interesse da pessoa pelo tratamento. A pessoa tem que estar interessada, ter comprometimento e responsabilidade para que exista o resultado esperado.

Para dar inicio ao processo terapêutico basta ligar para a psicóloga e marcar uma entrevista inicial, a qual, colocara para a profissional as questões que te incomodam, podendo nessa ocasião tirar todas as suas dúvidas sobre o atendimento em questão. O primeiro encontro é mais um momento de conhecimento entre as duas partes, e importante que a pessoa sinta empatia, algumas vezes, nos identificamos mais com um terapeuta do que com outro e isso e importante no processo terapêutico. É fundamental nos sentirmos bem com o terapeuta que ira nos atender. É nesse primeiro contato que podemos perceber isso. Não é obrigatório continuar um tratamento se a pessoa não se sente bem com a outra. A pessoa não é obrigada a falar do que não quer, somente o que se sentir bem para falar.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Quando e como tirar a fralda das crianças?

Freud nos coloca que: “As fezes são a primeira dádiva da criança, o primeiro sacrifício em nome da sua afeição, uma parte do seu próprio corpo que está pronta a partilhar, mas apenas com alguém a quem ama...” Esse presente então é oferecido para o adulto. Segundo ele, “...a primeira ocasião na qual um indivíduo partilha um pedaço do seu próprio corpo com a finalidade de ganhar os favores de qualquer outra pessoa a quem ame...”
Por essa questão, o abandono das fraldas deve ser preparado da maneira mais natural possível, deve ser estimulado, porém, sem ansiedade, de maneira amorosa, pois, a criança se relaciona com o mundo através de seu corpo e esse aprendizado faz parte da vida da criança, do seu desenvolvimento. Tirar as fraldas e obter sucesso com isso, exige bom humor, disponibilidade emocional e vontade de educar a criança. Nessa fase, a criança vive a necessidade de adquirir uma certa autonomia e é justamente a capacidade de controlar suas necessidades, a mais importante das ferramentas nessa busca da independência. Quando a pessoa que cuida da criança apressa o momento da retirada das fraldas há um roubo dessa autonomia. Dependendo da paciência, perseverança e compromisso emocional de quem educa, esse tempo pode ser abreviado ou prolongado, ser um tempo feliz ou causador de distúrbios emocionais.
O controle dos enfíncteres é um processo para ajudar a criança a se despedir do que ela entende como parte do seu corpo.
A retirada da fralda ocorre por volta de 1 ano e meio e 2 anos de idade. Mas, para saber a hora certa, e preciso observar a criança, a dica é esperar que ela comece a indicar de alguma forma, que fez xixi ou que evacuou, ou quando começar a demonstrar incômodo com o uso da fralda, ou quando defecar e se sentir desconfortável, não querendo mais se sentar, esses são sinais de que algo antes feito como normal passa a incomodar. A partir dessa etapa, já podemos nos organizar para a retirada da fralda, estimulando o uso do vaso sanitário. Assim que começa a andar, a criança já tem um certo controle sobre os músculos esfincterianos e já começa a demonstrar que não gosta de usar fraldas. Faz isso fugindo da mãe, escondendo e até chorando. Quando isso acontece já está chegando a hora de deixar a criança por períodos maiores sem fraldas, abrindo escuta e atendimento para o desejo dela. Comece a verificar a fralda a partir dessa fase, observando se estão molhadas ou secas para que o trabalho de iniciação a retirada da fralda prossiga. É claro que não se pode manter uma criança muito nova, de mais ou menos um ano sem fraldas o dia inteiro, mas estabelecer um horário e mantê-la sem elas é uma boa dica para permitir, que, adquira os primeiros contatos com a autonomia sobre seu corpo. Provavelmente ela vai fazer suas necessidades no chão, em algum canto da casa, e como o responsável já estava esperando por isso, pode agir naturalmente, tanto para limpar o chão quanto para higieniza-la. O interesssante quando se encontra fraldas secas e aproveitar e esperar a criança fazer xixi para trocar, o ideal, seria deixá-la sem fraldas por algum tempinho logo após ela acorda, pois, o xixi virá espontaneamente em poucos minutos e é uma boa oportunidade para que descubra o funcionamento do seu corpo.
Precisamos ressaltar que: o treinamento realizado fora da hora pode acarretar resultados muito desagradáveis para a criança e seu desenvolvimento. O treinamento precoce ou tardio pode trazer problemas emocionais para a criança no futuro. Mas, não é só a fase do treinamento que pode trazer consequências; outra questão importante e que não deve ser esquecida e a forma como é feita a retirada das fraldas. Os responsáveis precisam estar atentos a todo o processo. O tempo da criança deve ser respeitado.
O ideal é usar direto o vaso sanitário com tampa apropriada para crianças. É importante que a criança conheça o nome dos objetos, o banheiro, papel higiênico, descobrir o ambiente facilita quem começou a dar os primeiros passos rumo a uma vida sem fraldas. Devemos ensinar tudo: sentar no vaso, puxar a descarga, lavar as mãos. Esse período dura, mais ou menos, 2 meses. O treinamento vai exigir muita paciência e determinação dos responsáveis pela criança. Deixe que fique sentada no vaso sanitário quando tiver vontade, nunca obrigue nem tenha pressa, ensine-a chamar alguém sempre que precisar ir ao banheiro. Quando a criança fizer no vaso, incentive, elogie, dizendo o quanto essa conquista é positiva para ela. Ela vai perceber que fez algo muito importante, e que tem a aprovação dos pais, dos adultos. É importante que essa tarefa seja transmitida para todos os responsáveis pela criança: pai, mãe, avós, avôs, babás e a escola.
Todo esse processo de sair das fraldas está ligado à separação. A criança vai aprender a se separar de algo que até então não percebia como separado dela. Nesse momento, cabe aos responsáveis usarem o bom senso, não demonstrando ansiedade ao fazer, pois, assim como, algumas crianças fazem birra ao perceberem a ansiedade da mãe em várias outras ocasiões, o mesmo pode ocorrer no treinamento de tirar a fralda e a criança pode entrar em um processo de segurar ou soltar as fezes só para monopolizar as atenções.
Uma época boa para o treinamento de retirada das fraldas e no verão, entre 1 ano e meio e 2 anos e meio, a maioria das crianças está suscetível para o treinamento e cabe aos responsáveis descobrir uma hora para ajudá-las a deixar as fraldas. De modo geral, um verão inteiro livre das fraldas é interessante para as crianças aprenderem essa tarefa, nesse momento, a criança demonstra que já tem um certo controle e se contorce, espreme, dá uns pulos ou segura os genitais. De tanto fazer, ver e sentir, as crianças acabam aprendendo a controlar suas necessidades.
Outra dica e colocar a criança no vaso sanitário, com apoio nos pés, umas 3 vezes por dia, cerca de 15 minutos, após as principais refeições. Sempre explicando o que se deseja e até imitando o barulho do xixi. Se já houver um horário em que a criança evacua com mais freqüência, devemos aproveitar esse horário. E importante saber que a primeira habilidade que a criança adquire neste treinamento é a de segurar e só depois ela aprende a abri-la voluntariamente. Isto significa que no princípio a criança poderá evacuar logo após ser retirada do banheiro, pois estava voluntariamente (e às vezes até com algum esforço) segurando as fezes. Assim que sai do banheiro, ela relaxa e evacua. Nesta hora, a criança pensa que vai ser elogiada, por ter controlado o esfíncter por alguns minutos, mas, acaba levando uma bronca, e fica sem entender nada. O melhor nesta hora é limpá-la sem comentar nada. Lembre-se sempre de elogiar os seus sucessos, mesmo que tenha sido apenas o de conseguir ficar sentada por alguns minutos. Quando ela conseguir finalmente evacuar, deve-se manter o horário e a rotina diariamente, para que o hábito seja fixado. O treinamento para controle da urina deve começar pelo período diurno.
Contudo, percebemos que esse fase pode variar de criança para criança. A princípio, elas largam a fralda durante o dia e depois de algum tempo abandonam à noite. O colchão revestido com um material impermeável para o caso de algum “imprevisto” é uma medida que respeita a criança em seu tempo. A insitência da fralda após esse período em que a criança deu as dicas de que não mais precisa da fralda, poderá regredir seu aprendizado natural.
Observando uma sequência de vários dias e vários momentos em que a criança aceita e responde bem a essa novidade, podemos optar pela remoção definitiva da fralda, pelo menos durante o dia até que ela seja capaz de acordar sem ter molhado as fraldas durante a noite, repetindo assim todo o processo de remoção da fralda, lembrando que a criança não pode ser repreendida, que devemos ter paciência e amor nessa fase até que ela consiga.

Heloisa Brandão, Psicóloga, CRP 05-35680

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Planos de saúde têm nova cobertura para psicólogo

Fonte: http://www.redebrasilatual.com.br

Planos de saúde têm nova cobertura obrigatória

Agência Nacional de Saúde Suplementar publica resolução que amplia os direitos dos beneficiários de planos de assistência médica e odontológica privadas

Por: Cida de Oliveira, especial para a Rede Brasil Atual

Publicado em 12/01/2010, 17:00

São Paulo - A partir de 7 de junho próximo, cerca de 44 milhões de beneficiários de planos de saúde terão direito a 70 novas coberturas médicas e odontológicas. É o que garante a Resolução Normativa nº 211, publicada nesta terça-feira (12) no Diário Oficial da União pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Entre os principais procedimentos aos quais terão direito os beneficiários dos planos estão transplantes heterólogos (de uma pessoa para outra) de medula óssea, PET-Scan (exame de imagem de última geração para o diagnóstico de câncer de pulmão), implante de marcapasso multissítio, oxigenoterapia hiperbárica, mais de 20 tipos de cirurgias torácicas por vídeo, além de importantes inclusões no segmento odontológico, como colocação de coroa unitária e bloco.

A nova norma atualiza o Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, que é a cobertura mínima obrigatória oferecida pelas operadoras de planos de saúde a todos aqueles que possuem contratos celebrados a partir de 2 de janeiro de 1999 – data de entrada em vigor da Lei nº 9.656/98, que regulamenta o setor de saúde suplementar.

Segundo a ANS, a resolução 211 não lista apenas novas coberturas como introduz uma série de mudanças que, a partir de 7 de junho, ampliarão o atendimento ao consumidor. Uma dessas é a cobertura pelos planos coletivos aos acidentes de trabalho e aos procedimentos de saúde ocupacional.

A nova resolução também determina cobertura integral nos casos em que as operadoras ofereçam internação domiciliar como alternativa à internação hospitalar, independentemente de previsão contratual. Se isso ocorrer, a operadora deverá cobrir medicamentos e todos os materiais necessários. Nos outros casos em que a atenção domiciliar não substitua a internação, a cobertura estará condicionada ao contrato.

A saúde mental é beneficiada pela nova regra, que acaba com a limitação de 180 dias de atendimento em hospital-dia, reforçando a política de substituição das internações psiquiátricas.

A regulação, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar, busca a integração entre procedimentos e sua forma de utilização, visando à segurança para os pacientes e ao aprimoramento da prática médica. Por isso, ampliou o número de diretrizes de utilização (critérios que devem ser preenchidos para que a cobertura seja obrigatória) e a incorporação de diretrizes clínicas (guias de orientação da prática clínica baseadas nas melhores evidências disponíveis) produzidas pela Associação Médica Brasileira.

De acordo com a ANS, a resolução é fruto do trabalho de técnico da Câmara de Saúde Suplementar (CSS), de diversos setores da ANS e de entidades convidadas. Em 2009, foram realizadas consultas públicas entre 8 de setembro e 30 de outubro, durante a qual foram enviadas mais de 8 mil contribuições. Os consumidores foram responsáveis pelo envio de 50% dessas demandas, seguidos pelos prestadores de serviço (28%) e pelas operadoras (13%).
Mais da metade das contribuições recebidas através da consulta pública exigiam a inclusão de procedimentos. Todo o material sobre o processo de revisão está disponível na página do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde no site da ANS.

Para o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), além de incluir procedimentos importantes para a garantia de assistência adequada ao usuário, como o PET-Scan oncológico e o transplante de medula óssea doada por terceiro, a agência corrigiu ilegalidades contidas em resoluções anteriores. Entre elas estão a não cobertura de acidentes de trabalho em contratos coletivos e limitação de tempo de internação em hospital-dia em casos de doenças mentais. "Finalmente a ANS está obedecendo ao disposto na Lei de Planos de Saúde e corrigindo distorções na regulamentação", destacou Daniela Trettel, advogada do Idec.

No entanto, o instituto enxerga retrocesso em relação ao texto da consulta pública no que diz respeito aos procedimentos de psicologia, terapia ocupacional, nutrição e fonoaudiologia.
De acordo com a proposta inicial, as consultas com nutricionistas seriam ilimitadas, a depender do diagnóstico; e haveria aumento do número de consultas com fonoaudiólogos, psicólogos e terapeutas ocupacionais, a depender do diagnóstico (24 sessões/ano, 40 sessões/ano e 40 sessões/ano, respectivamente). No entanto, as sessões com nutricionistas e terapeutas ocupacionais ficaram restritas a 12 por ano; as de fonoaudiologia a 24; e as de psicologia, a 40 por ano.

O Idec é contra a limitação das consultas com os especialistas. Segundo o órgão, as pessoas marcam consultas quando têm necessidade e a restrição da quantidade de visitas ao médico pode prejudicar o tratamento. A prática fere o Código de Defesa do Consumidor, que, em seu artigo 39, proíbe ao fornecedor "exigir do consumidor vantagem manifestadamente excessiva".
Além disso, conforme o Idec, continuam fora do novo rol outros procedimentos fundamentais para o restabelecimento da saúde do paciente, em especial transplantes que já são cobertos pela rede pública - como o de coração, de fígado e de pulmão.

"Continuará com o SUS o atendimento de toda a população brasileira que necessita desses transplantes e de outros casos de maior complexidade e custos, que não são cobertos pelos planos de saúde ou por estarem fora do rol de coberturas obrigatórias ou pela atuação de má-fé das operadoras", lembrou Daniela Trettel.

O Instituto considera questionável a própria existência do rol de coberturas obrigatórias. Isso porque a Lei de Planos de Saúde (Lei 9.656/98) garante aos consumidores a cobertura de todas as doenças listadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). As limitações impostas pelo rol, no entanto, impedem que o consumidor tenha acesso ao tratamento adequado para a doença que o acomete e acabam, na prática, por excluir a cobertura da própria doença pelo plano de saúde.

Para saber mais consulte o site da ANS.

Fonte: ANS

sábado, 12 de junho de 2010

A amamentação e suas implicações psicológicas

A importância da amamentação na relação mãe-bebê

Os benefícios nutricionais sobre a amamentação são irrefutáveis, mas, não podemos deixar de afirmar que as vantagens psicológicas também são muito importantes. O desenvolvimento afetivo começa nesta relação que se estabelece entre mãe e bebê, este início poderá ser decisivo para criar um vínculo de amor e confiança, indispensáveis para o futuro de nossos filhos, esse vínculo é tão importante quanto o leite. Esta relação mãe e bebê através do peito devolverão a segurança e o calor, que estavam praticamente garantidos quando no útero da mãe. Assim, esta separação do corpo da mãe, pode ser lenta e progressiva, até que chegará o tempo em que o bebê não mais necessitará deste leite e nem desta segurança tão estreita, o contato do bebê com o corpo da mãe, o acalma e o conforta. Por meio dessa experiência, o afastamento vai ocorrendo progressivamente, ajudando mãe e bebê a superar a separação que ocorreu no momento do parto. Esse momento é de extrema importância para ambos. O contentamento, ou a sua carência, encontra-se relacionada com diversos problemas da vida futura. A comunicação e a linguagem entre mãe e bebê, que ocorrem durante a amamentação, são reconhecidas como intrinsecamente relacionados ao desenvolvimento social e afetivo do bebê. A amamentação proporciona ao bebê uma sensação de conforto, de aconchego, de segurança, que ele tanto precisa. Através de sorrisos, conversas e brincadeiras se estabelece o fortalecimento desses vínculos entre o bebê e a sua mãe. A adaptação do bebê ao seio é muito importante. A cada ato de amamentar é fortalecido este vínculo afetivo entre a mãe e o bebê, que servirá de alicerce para o comportamento futuro deste na sociedade. Esta segurança que o bebê encontra no seio da mãe, faz com que ele se torne um ser humano mais seguro. É importante este vínculo social no início da vida da criança, para que mais tarde, este seja capaz de formar vínculos significativos. Do ponto de vista psicológico, o estabelecimento do vínculo é considerado como a contribuição fundamental da amamentação. Nesta fase é essencial que a mãe dê atenção ao ritmo do bebê e da sua sucção, pois, além da alimentação em si, do ponto de vista nutritivo é importante também a sua satisfação oral, esta satisfação oral que a amamentação propicia ao bebê também é outro aspecto do desenvolvimento psíquico. O bebê nesta fase tem prazer na região da boca, por isso, muitas vezes recorre ao dedo, ou à chupeta, mesmo depois de satisfeito do ponto de vista nutricional. E importante se pensar que a ruptura precoce do vínculo entre a mãe e o bebê causa vários transtornos emocionais e físicos em ambos. Podemos afirmar que a amamentação é extremamente importante para o desenvolvimento físico e psíquico do ser humano.

Heloisa Brandão, Psicóloga, CRP 05-35680

Motivação Pessoal

terça-feira, 6 de abril de 2010

As crianças precisam de limites

Colocar limites para as crianças pode não ser fácil, mas, é necessário. É por meio dele, que os pais vão ensinar aos filhos a respeitar o outro e a si próprio. É preciso que pais e responsáveis reflitam sobre isso. A falta de limites tem resultados negativos para desenvolvimento da criança, aquela que não aceita regras seguramente terá problemas para conviver com o outro. Quanto antes colocarem os limites menos problemas terão na adolescência. Por vezes, é embaraçoso para os pais estabelecerem limites, porém, é importantíssimo pensar que isso poderá gerar na criança dificuldades futuras, como por exemplo, dificuldade em suportar frustrações.
A ausência de limites pode originar na criança a sensação de abandono, pela falta de orientação e autoridade dos pais sobre o que pode ou não fazer e a fantasia de que pode ter ou fazer o que quiser. É fundamental a compreensão de limites apresentada pelos pais, para que se sintam seguras, sem eles as crianças sentem-se perdidas, sem saber como devem comportar-se em sociedade. As crianças experimentam a todo momento até onde podem chegar e até onde os pais a deixam ir.
A importância do "não" e do estabelecimento de limites é fator organizador na formação da personalidade da criança, ao ouvir um “não” esta pode reagir chorando, gritando, berrando, brigando, fazendo com que o responsável sinta-se culpado e injusto. Entretanto, é muito importante que o responsável esteja preparado para essas reações, não esquecendo que tal atitude será para o bem delas. Colocar limites exige paciência e compreensão do que se passa com a criança. Colocar limites não significa ser autoritário, mas sim ter autoridade. A colocação do “não” vai ajudar a criança a aprender que ela também pode usa-lo, que o não pode ser dito por ela, aprendendo assim, que ela também tem seus limites e que eles não devem ser ultrapassados, vai aprendendo a respeitá-los, aprendendo a respeitar o seu tempo. Hoje, vemos muitas pessoas com dificuldade de dizer um “não”, “Eu não sei falar não”. Esse é mais um exemplo da importância de se trabalhar essa questão.
A criança precisa aprender alguns conceitos fundamentais que servirão para o resto de sua vida; assim como: cuidar de si próprio, noção de perigo, aprender a compartilhar, a ser tolerante, que não se tem tudo que se quer, que devemos aprender a respeitar o tempo, o que é e o que não é permitido, entre outros.
Os limites devem ser entendidos pela criança, devemos explicar os motivos pelo qual elas precisam obedecer, assim sendo, se sentirão mais entusiasmada para isso. É importante que os pais conversem com os filhos e esclareçam quais as finalidades dos limites. As regras precisam ser claras, objetivas, práticas, coerentes e apresentadas com firmeza e segurança pelo adulto. Este deve repetir quantas vezes for necessário à importância destas para que a criança assimile. A criança deve entender que o limite existe para mostrar a ela que tal atitude não lhe sera benefica e não lhe fará feliz.
Quando não se encontra o limite na família, o jovem acaba por procurar esse limite em outros lugares, podendo acontecer de tornarem-se delinqüentes; onde a lei se incumbirá de dar um limite as dificuldades de convivência deste jovem.

“Limite não é punição, mas sim um gesto de amor”

Heloisa Brandão, Psicóloga, CRP 05-35680

quarta-feira, 3 de março de 2010

“As crianças não devem dormir com os pais?”

Essa é uma questão frequente e que causa resistência tanto na criança como nos pais.
Muitas vezes, os pais admitem ou até incentivam que a criança durma com eles na cama. São vários os motivos que podem advir dessa atitude: dificuldades em colocar limites, cansaço, culpa por achar que não tem tempo suficiente para com a criança ou até para encobrir possíveis problemas de relacionamento do casal.
Os pais precisam se posicionar frente a esse assunto e estabelecer regras claras para que a criança não se sinta confusa; em alguns momentos a deixando dormir e em outros não.
Devemos pensar que a criança que dorme com os pais pode acreditar ser incapaz de dormir sozinha, prejudicando assim sua autonomia, gerando mais dependência em relação a eles. Dificultando no futuro a resolução do individuo em seus problemas cotidianos, pois, a criança se torna mais insegura e com dificuldade de enfrentar seus medos.
Ela necessita ter um lugar seu, de intimidade, perto de seus pertences, com seu espaço demarcado independente de seus pais. Esse lugar com seus objetos onde descansa enfatiza a idéia de que ela é criança, e sua posição na família é a de filha (o) e não como parte de um casal ou no lugar de um dos pais.
Nos três primeiros meses de vida, é importante que mãe e filho durmam no mesmo quarto para fortalecer o vínculo e a confiança entre os dois. Porém, a partir do quarto mês, quando o sono do bebê já é mais profundo, ele deve se acostumar a ficar sozinho em seu quarto.
Na maioria das vezes, por volta dos dois e cinco anos as crianças passam por uma fase em que querem dormir com seus pais. Mas, para essa criança, é importante que ela durma em sua própria cama, em seu quarto. É comum nessa fase a criança procurar a cama dos pais no meio da noite por causa de pesadelos. Nessa ocasião, os pais devem tranquilizar a criança, acompanhando-a até sua cama, ficando com ela até que ela durma novamente. Atitude esta, que passa para criança confiança de que ela consegue dormir sozinha. Às vezes, pode ser difícil tal atitude, mas, pense que é necessária e que isso influenciará no futuro dessa criança; no desenvolvimento psicológico dela.
Assim sendo é necessário que a criança aprenda a lidar com seus medos, aqueles que segundo ela existe em seu quarto, pois, só assim ela será independente, para que no futuro saiba lidar com os desafios sem ter medo ou receio, tendo segurança em si.


Heloisa Brandão, Psicóloga, CRP 05-35680

Sempre temos escolhas, podemos nos fazer de vítima diante das situações ou enfrentar a batalha e aprender com ela. Não é fácil, eu sei que n...